Dia 9 – Pontevedra --> Santiago de Compostela

A noite passada contou ainda com uma "Queimada", que diziam ser para mandar os espíritos maus embora (no fim bebia-se a mesma). Acabou um pouco em algazarra, com queixas do barulho por parte de quem já estava a tentar dormir e bem (23h...), altura em que saí de cena...eheh No dia seguinte existem sempre madrugantes (4...5 da manhã) e assim tive a triste ideia de dormir mesmo junto da porta do dormitório....As pessoas esqueciam-se de a agarrar e...pum!... Lá para as 7 levantei-me e só  lá para as 9:30 consegui sair depois da manutenção e andar agarrado ao fecho que voltou a não querer fechar completamente (aquele que foi "reparado"). Também andei a tentar endireitar o suporte de carga, mas sem sucesso, pois faltava-me mais uma chave para contra apertar porcas...

No entanto, a imagem de tudo a sair cedo também se deve a pequenos almoços em cafés.... que não estava assim tão atrasado...

Hoje o caminho era bem mais fácil, mas menos belo!... Tinha muito mais alcatrão e menos subidas. Ainda

assim a chegada foi tardia por boa causa... Encontrei 1 casal de caminheiros portugueses com o qual acabei por fazer um bom bocado do caminho na conversa... Um casal muito porreiro que deu gosto de conhecer. Outro casal, desta vez Espanhol e de "bici"que já os tinha encontrado em Pontevedra, acabou por ser a minha companhia em grande parte do dia, até que as minhas pernas pediram um pouco mas de ritmo. Separámo-nos um pouco no fim, reencontrado-nos em Santiago... De notar 2 BTTista portugueses que também encontrei pelo caminho.

Na hora de almoço, todos (das bicicletas) achámos boa ideia ir a um sítio dito de "mesa de Pedra" (um restaurante medieval segundo se lia...) que era tudo menos o que imaginávamos, começando pelo dono que era uma personagem... Por momentos, até achámos que não se comia ali... Muita tralha desarrumada e pelo que entendi era mesmo decoração!... A escolha de comida não era muita, mas lá se almoçou. Depois de muitas intrigas e histórias contadas pelo dono, lá seguimos viagem. Encontrámos também o que se diz ser a cruz mais antiga do caminho!!

Algo que também me entusiasmou bastante foi encontrar um grupo de bicigrinos de Guimarães em Caldas de Reis!...(local muito lindo!)

Apesar de não estarem a fazer o caminho "pelas setas", tinham o espírito presente!...

Chegado a Santiago, a confusão fez-se sentir. Pessoalmente não gostei muito . Nota-se que Santiago de Compostela está convertida numa máquina de fazer dinheiro, onde as igrejas são rodeadas de comércio de todo o feitio... De boca em boca lá dei com a Catedral... Pena estar cheia de andaimes, daí não ter tirado foto... Levantei a famosa compostela e mais uma na igreja Franciscana referente aos 800 anos de peregrinação de San Francisco de Assís.

Quando chegou a altura de ir para um albergue, já se sentia alguma lotação por estar próximo o dia de Santiago (25 de Julho), altura de festa e até visita dos reis de Espanha. Assim, evitei o Centro e fui para Seminário Menor. Apesar de ter um local para guardar as bikes, este não tinha nada onde as prender... Os grupos amarravam as bikes entre si, eu amarrei as rodas ao quadro e rezei para que na manhã seguinte a bicicleta lá estivesse...
O valor à cabeça para entrar neste albergue é de 12€ ou 15€ se num quarto sozinho (mas ainda com banhos partilhados, etc) e ainda assim tem de se pagar para aceder ao wi-fi, máquina da roupa, etc...  Fiquei tão desolado com tudo, pois nem mesmo o espaço se aproveita. Comi algo rápido e fui dormir super cedo....